terça-feira, 24 de setembro de 2019
sábado, 21 de setembro de 2019
Lagar "rupestre" - Valpaços
Os "lagares rupestres", é uma designação
atribuída a uma série de locais esculpidos em plena rocha e que existem em toda
a bacia do Mediterrâneo.
No que se refere ao concelho de Valpaços, são mais de
uma centena, estando associados à forma primitiva de fazer vinho.
Neste preciso caso, fui à procura de um lagar localizado
num terreno privado, e só com ajuda de coordenadas, consegui encontra-lo, pois a
sua sinalização por meio de tabuletas ou outros placas indicadoras deste
curioso monumento, são inexistentes.
Foi Adérito
Medeiros Freitas, de 84 anos, que descobriu em 1986, o primeiro lagar escavado na
rocha no concelho de Valpaços.
A partir daí, Adérito Freitas, natural da aldeia de
Campo de Égua, no concelho de Valpaços, nunca mais parou. E as descobertas
foram-se sucedendo, assim com a publicação de livros onde é dado a conhecer
este património utilizado pelos romanos para fazer vinho.
“Na sua maioria, são lagares rectangulares, mas há também
quadrados e até circulares, que são os mais raros. Alguns com grande
capacidade”, acrescenta.
Os lagares rupestres escondem-se por entre a paisagem
transmontana, em propriedades privadas, e têm mais de dois mil anos de
história. “Na generalidade, são romanos. Estou convencido que os mais antigos
poderão reportar há dois mil anos ou mesmo a mil antes de Cristo”, observa.
Adérito Freitas não sabe explicar a razão para a
existência de tantos lagares esculpidos na rocha, mas refere que “estão nas
proximidades onde houve ocupação romana”.
Os lagares escavados na rocha estão entre os vestígios
mais antigos associados ao cultivo da vinha em Trás-os-Montes e há
investigadores que acreditam que, neste território, a produção de vinho pode
remontar à época pré-histórica. Foram, no entanto, os romanos que incrementaram
o gosto pelo consumo do vinho.
Para “valorizar e promover” este património, nasceu em
Valpaços a Associação Portuguesa dos Lagares Rupestres (LARUP), que junta várias
entidades portuguesas e espanholas. O presidente da autarquia, Amílcar Almeida,
afirma que o objectivo da LARUP é “impulsionar” a candidatura dos lagares
rupestres a Património Mundial da UNESCO.
Texto retirado de : rr.sapo.pt - "Valpaços vai candidatar
lagares na rocha
a Património Mundial da Humanidade", (Rádio Renascença).
Fotografias de C@rlos Baptista
(Setembro de 2019)
quarta-feira, 18 de setembro de 2019
Festival Romano - Odrinhas
O Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas recebe no
fim-de-semana de 20, 21 e 22 de Setembro, o Festival Romano "IN VINO VERITAS", com
entrada gratuita.
Horário:
20 de setembro – 17h00 às 23h00
21 de setembro – 12h00 às 23h00
22 de setembro – 12h00 às 22h00
Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas
Avenida Prof. Dr. D. Fernando de Almeida. São Miguel de
Odrinhas. 2705-739 Sintra
Tel.: 21 960 95 20
quinta-feira, 12 de setembro de 2019
Templo Romano de Évora
Iniciada a sua construção na época de Augusto, no século
I da e.c., terá sido durante as duas
centúrias seguintes que a sua edificação se foi completando. Este facto
ter-se-á ficado a dever à campanha então empreendida de mudança da malha urbana
pré-existente, quando o culto imperial impôs a existência de uma cidadela.
Como muitas outras edificações, também este templo
sofreu alterações estruturais ao longo dos séculos. Assim, logo no século V,
seria destruído durante as invasões "bárbaras", enquanto no século
XIV serviu de casa-forte ao castelo de Évora, ao mesmo tempo que de açougue.
No
século XIX ainda apresentava os merlões em forma de pirâmide, erguidos durante
as campanhas de adaptação mudéjar e manuelina. Além destes elementos, eram de
igual modo visíveis as empenas cegas de onde despontava uma colunata.
Finalmente, em 1836, deixou de funcionar como açougue. É nesta altura que são
demolidos os edifícios anexos ao alçado norte do Templo, dando-se início àquela
que poderá ser considerada como a primeira grande intervenção arqueológica
empreendida entre nós, durante a qual se descobriram os tanques pertencentes a
um primitivo aqueduto.
Em 1863, o investigador Augusto Filipe Simões propôs a
demolição de todos os elementos medievais, ao defender a reposição da
"traça primitiva" do Templo. É, então, que, num ambiente
verdadeiramente romântico e idealizado, o projecto é entregue a José Cinatti,
que concebe o seu restauro integral. Este Templo constitui o que resta do forum
da cidade de Évora, que uma tradição seiscentista considerou dedicado à deusa
Diana mas que, na realidade, seria consagrado ao culto imperial.
De linhas asumidamente clássicas, pertencente a uma
tipologia que assistiu ao seu desenvolvimento especialmente no território da
Península Ibérica, esta estrutura demonstra uma convivência plenamente
harmoniosa entre materiais de construção tão diferentes, como o mármore e o
granito.
De todo o complexo, chegaram até aos nossos dias o
podium, quase completo, onde é ainda bem visível a escadaria, apesar do seu
desmoronamento. O podium, propriamente dito, encontra-se estruturado numa área de 25 m de comprimento, 15 m de largura e 3,5 m de altura, em cantaria
granítica de aspecto irregular, o denominado opus incertum .
Quanto às colunas,
este Templo, um dos mais bem conservados da Península Ibérica, apresenta a
colunata intacta, composta de 6 colunas, arquitrave e fragmentos do friso no
seu topo norte, enquanto do seu lado oeste surgem apenas 3 colunas inteiras -
uma das quais sem capitel e base, fragmentos da arquitrave e um dos frisos.
No respeitante à tipologia, são colunas coríntias com fustes vincadamente
canelados, constituídas por 7 tambores de tamanho irregular. As colunas
assentam em bases circulares de mármore branco de Estremoz. Em relação aos
capitéis, eles apresentam-se lavrados no mesmo mármore, com decoração
estruturada em 3 ordens de acantos e ábacos, ornamentados de florões e flores,
como malmequeres, girassóis e rosas.
Escavações mais recentes, nomeadamente as orientadas por
Th. Hauschild, revelaram que o Templo seria rodeado por pórtico monumental e um
espelho de água.
[AMartins]
Classificado como
Monumento Nacional
Texto retirado de: www..patrimoniocultural.gov.pt
Fotografias de Rafael Baptista e de C@rlos Baptista
(Julho de 2019)
quarta-feira, 4 de setembro de 2019
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