quinta-feira, 24 de maio de 2018

Aldeia de Broas - uma povoação fantasma





A Aldeia de Broas, que se encontra totalmente abandonada há mais de 40 anos, segundo alguns, não foi modificada após o seu abandono.
Broas é uma aldeia desabitada que se situa maioritariamente na freguesia de Cheleiros, concelho de Mafra, e a sua restante área na freguesia de Terrugem, concelho de Sintra.
Apesar do difícil acesso local, a aldeia encontra-se próxima de importantes vias de circulação como a N9, N247, IC16 ou a A21.

































A aldeia encontra-se rodeada de um vasto património cultural natural, nomeadamente sob o ponto de vista do coberto vegetal, dos diversos e diferentes afloramentos rochosos e também de alguma fauna endémica da zona.
A topografia do terreno em que se insere apresenta várias elevações cónicas, ou broas, daí o seu nome.
Broas desenvolve-se numa encosta orientada para o vale de Cheleiros, onde confluem a ribeira da Cabrela e o rio Lizandro.


















Esta é uma aldeia com características saloias, composta por cerca de 9 habitações, 4 lagares, vários armazéns e currais.
No povoado existe também um pombal e várias eiras, grande parte dos terrenos em redor, delimitados por muros de pedra, eram explorados para fins agrícolas.
Nesta aldeia não existe qualquer tipo de edifício religioso, administrativo ou comercial.
A pedra é um elemento em abundância no local, daí todas as construções serem erguidas em alvenaria de pedra extraída directamente do solo.















As habitações são compostas por casa de fora, quartos e cozinha, nesta última divisão existe sempre um forno.
Só as habitações possuem dois pisos, todos os outros edifícios têm apenas o piso térreo.
Característico da aldeia é um grande freixo rodeado por bancos de pedra, que se encontra no centro do povoado, era frequente a população reunir-se nesse local para conviver e debater os seus assuntos.















Broas chegou a ter cerca de 25 habitantes, os seus dias baseavam-se no ritmo das culturas e da pastorícia, as atividades que lhes garantiam sustento.
A aldeia nunca foi independente, os seus habitantes necessitavam dos serviços que só outras povoações lhes podiam oferecer.
Actualmente a aldeia é apenas um esqueleto de pedra, que as ervas daninhas aconchegam com o restolho dos anos.







Belíssimo freixo com os bancos de pedra.








Desde a saída do último habitante que a aldeia não sofreu alterações a nível arquitectónico, mantendo-se uma das poucas aldeias medievais portuguesas já abandonada e em tão bom estado de conservação.


Nos últimos anos Broas foi mencionada em vários artigos de jornais locais, tem sido objecto de estudo por parte de vários investigadores e aparece categorizada como imóvel não classificado de interesse patrimonial na revisão do plano director municipal da Câmara Municipal de Mafra de 2009.









Actualmente esta aldeia está integrada em alguns roteiros culturais e desportivos, o que a leva a ser bastante procurada por praticantes de actividades ao ar livre.
Há indícios de ocupação humana na margem esquerda da ribeira de Cheleiros, onde se situa a aldeia de Broas, no período paleolítico. Vários achados arqueológicos permitem sustentar que na época romana toda a zona de Faião, próxima da aldeia, tivesse grande ocupação.













O primeiro registo histórico que se conhece sobre a aldeia de Broas pertence ao censo populacional e tem data de 1527. Neste documento a aldeia aparece denominada como "Aldea das Boroas", sendo termo da vila de Chilheiros.
Em 1805 sabe-se que a aldeia de Broas já pertencia à freguesia de Cheleiros, concelho de Mafra, como revela um marco geodésico ali encontrado.
















No ano de 1834 é definida a divisão administrativa entre os concelhos de Mafra e de Sintra, delimitando a aldeia em dois concelhos.
A casa mais recente data de 1888 conforme consta na gravação da pedra de um óculo que lhe pertence.
Em 1936 a aldeia é mencionada como integrando a freguesia de Cheleiros, concelho de Mafra.
No ano de 1950, viviam na aldeia cerca de 25 pessoas (6 a 7 famílias).
Desde então a quantidade de habitantes decresceu, sabe-se que a última habitante de Broas foi Ti Jaquina, segundo uma antiga moradora da aldeia.




No entanto há uma certa controvérsia quanto à data exacta do abandono da aldeia, ainda assim todas as datas recolhidas se inserem num período que vai desde 1969, data em que sucedeu o terramoto que abalou a zona de Lisboa até 1982.
Desde essa data a aldeia nunca mais foi habitada, isto permitiu que a aldeia mantivesse a sua forma original.
Durante algum tempo um dos seus lagares, já inativo, serviu como curral para guardar ovinos e caprinos.









A aldeia encontra-se bastante degradada.









Há vegetação a crescer no interior das ruínas que provoca o desabamento de algumas paredes e coberturas, e também ocorrem actos de vandalismo, desde o roubo de cantarias em pedra ou até mesmo a incêndios provocados no interior das casas.
A povoação mais próxima, Almorquim, dista cerca de 600 metros, estas duas aldeias estão separadas por um caminho apenas transitável a pé, por bicicleta ou por pequenos veículos motorizados.





Estrada Romana







Um dos acessos originais era uma estrada de origem romana 
da qual ainda se encontram vestígios.










Ao longo dos anos a aldeia foi perdendo população devido a factores de várias ordens. A agricultura praticada em Broas tornou-se pouco rentável e por isso deixou de garantir oportunidades de emprego.
Este facto teve um grande peso negativo sobre a economia local, contribuindo para que alguns dos habitantes se vissem obrigados a abandonar a aldeia em busca de rendimentos mais atrativos.




À semelhança do que acontece em aldeias com outros casos de desertificação, a população torna-se envelhecida e quem explora actividades económicas possui baixa qualificação académica. Falta de inovação, de equipamentos e infraestruturas de apoio, entre outros meios que possibilitam o progresso e rentabilização da sua produção complementam as razões para o declínio.
Broas não conseguiu acompanhar a evolução dos tempos, não houve o investimento necessário para manter o conforto básico dos seus habitantes.










Os acessos viários à aldeia foram-se danificando, dificultando cada vez mais a passagem a veículos automóveis.
A aldeia nunca chegou a ser dotada de infraestruturas básicas como água canalizada, eletricidade, telefone ou saneamento básico.
Tudo isto fez com que a população, sobretudo a mais jovem, partisse à procura da melhor qualidade de vida, e estatuto social que os centros urbanos lhes prometiam.




A divisão entre concelhos a que Broas está submetida acabou por contribuir para esta falha no seu desenvolvimento, pois nem a Câmara de Sintra nem a de Mafra assumiram o papel essencial para o seu apoio.
Muitos dos habitantes que saíram de Broas fixaram-se em aldeias vizinhas como Faião, Cabrela, Cheleiros ou Almorquim, outros em Lisboa e alguns emigraram mais tarde para França.







Via: aminhasintra.blogs.sapo.pt






Fotografias de Rafael Baptista e de C@rlos Baptista

(Maio de 2018)







2º Encontro do Projecto Portugal Megalítico





Evento criado por Portugal Megalítico





Foto - Hotel Poejo Marvão Alentejo - Portugal



Numa colaboração com o Centro de Arqueologia de Avis (CAA), iremos realizar, no próximo dia 9 de Junho (sábado), o 2° Encontro Portugal Megalítico e percorrer alguns dos roteiros megalíticos de Avis.





quinta-feira, 17 de maio de 2018

Fóssil - Praia da Aguda





Fóssil  incrustado na pedra, encontrado nas arribas da Praia da Aguda - Sintra, em 2002.















Fotografias de C@rlos Baptista
(2014)





Pesos de rede de pesca romanos com dupla furação














Estas peças foram encontradas no rio Tejo, aquando da limpeza da área costeira, numa localização junto de terrenos delimitados entre a antiga Doca dos Olivais e a Estação de Tratamentos de Resíduos Sólidos, terrenos esses, que deram dar lugar à Expo 98 - Parque das Nações, (a última exposição mundial do século XX), na zona oriental de Lisboa.














Estes pesos em cerâmica foram oferecidos por um amigo em meados de 1999.










Fotografias de C@rlos Baptista
(2017)





sexta-feira, 11 de maio de 2018

Exposição em Monserrate




Exposição Monserrate Revisitado - A Colecção Cook Em Portugal - Monserrate




Até ao dia 31 de Maio vai ser possível ver no Palácio de Monserrate, em Sintra, a exposição Monserrate Revisitado – A Colecção Cook em Portugal, que assinala os 200 anos do nascimento de Sir Francis Cook.







Relevo renascentista da autoria do escultor florentino Gregorio di Lorenzo,
que agora regressa ao Palácio para integrar a futura colecção museológica de Monserrate.










Fotografias de C@rlos Baptista
(Fevereiro de 2018)