segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Citânia Viva 2017





"O evento de recriação histórica que a Casa do Povo de Briteiros tem vindo a realizar anualmente na Citânia de Briteiros, conhecido como “Citânia Viva”, terá este ano uma temática diferente, sendo embora igualmente inspirada na época castreja. Procurando inovar a programação e dar a conhecer aspectos menos conhecidos do que é a longa e rica história dos estudos arqueológicos em torno da Citânia, a edição de 2017, a realizar-se em Setembro, terá como tema central a Arqueologia do século XX e os acontecimentos que se deram após a morte de Martins Sarmento.









Com efeito, a descoberta do Balneário Sul da Citânia, em Setembro de 1930, com uma segunda Pedra Formosa, idêntica à célebre peça encontrada nos finais do século XVII, desencadeou um avanço significativo dos conhecimentos sobre a denominada “Cultura Castreja”, uma expressão desenvolvida sobretudo a partir desta época. Ainda que os balneários pré-romanos fossem então interpretados como tendo uma função definida pelo nome genérico de “monumento funerário”, a descoberta permitiu reinterpretar o posicionamento da Pedra Formosa, como parte integrante de um edifício idêntico.



Ricardo de Freitas Ribeiro, Director da Sociedade Martins Sarmento responsável pelas estações arqueológicas e Mário Cardozo, Presidente da Direção da SMS durante mais de quarenta anos, são figuras centrais no espectáculo “O Sonho de Sarmento”, encenado por Bruno Laborinho, que será representado no Solar da Ponte.



Também o Solar da Ponte, em Briteiros, será novamente palco de uma tradicional “festada” popular, à semelhança do que acontecia nos tempos de Sarmento e ao longo de quase todo o século XX, mesmo quando o emblemático edifício se encontrava em estado avançado de degradação. Haverá também lugar para uma encenação de um ritual castrejo no Balneário Sul da Citânia.

Em resumo, teremos uma boa oportunidade para conhecer a história de Briteiros no século XX e a evolução dos estudos arqueológicos, e verificar como, por vezes, a História e a cultura popular se cruzam, tão ao gosto de Francisco Martins Sarmento."



In reflexodigital.com: https://reflexodigital.com/briteiros-celebra-arqueologia-do-seculo-xx/



Organizada pela Casa do Povo de Briteiros, com a colaboração da Sociedade Martins Sarmento, o evento Citânia Viva, este ano subordinado ao tema “Celebração da Arqueologia do Séc. XX” irá realizar-se, na que é a sua décima segunda edição, nos dias 8 e 9 de setembro de 2017.

No dia 8 de setembro, pelas 20h00 terá inicio a caminhada castreja até à Citânia de Briteiros, sendo o ponto de partida o Museu da Cultura Castreja (Solar da Ponte), em Briteiros. No seguimento da atividade será apresentada no Balneário Sul da Citânia de Briteiros, uma representação intitulada “Ritual Castrejo”, seguida de jantar.

No dia 9 de setembro, a partir das 18H00, terá lugar no Museu da Cultura Castreja uma festada popular, contando com apresentações de folclore, música popular e animação. Seguir-se-á um jantar tradicional, onde os visitantes poderão saborear um conjunto de petiscos especialmente preparados para a ocasião.

No final, a partir das 22h00, realizar-se-á no mesmo local, o espetáculo de teatro “A Descoberta”, que junta todos os atores participantes no evento.
A 12ª edição da Citânia Viva 2017, conta com os apoios da Câmara Municipal de Guimarães, da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso e da Junta da União das Freguesias de Briteiros S. Salvador e Briteiros Sta. Leocádia.




Citânia de Briteiros





Produção executiva de Daniela Cardoso; direcção científica de Gonçalo Cruz; Encenações de Bruno Laborinho.

8 de setembro de 2017 (sexta-feira)
20h00 | Museu da Cultura Castreja (Solar da Ponte) – Citânia de Briteiros

9 de setembro de 2017 (sábado)
18H00; 22h00 | Museu da Cultura Castreja (Solar da Ponte)


Entrada gratuita


Informações adicionais:



Contactos da Sociedade Martins Sarmento: 253 415 969 (sede em Guimarães) e 253 478 952 (Museu da Cultura Castreja)

Facebook.com/citaniaviva
Site: citaniaviva.com
Blog: http:// pedraformosa.blogspot.com
Emails: se@msarmento.org | citania@msarmento.org







terça-feira, 15 de agosto de 2017

"Anta de Adrenunes"



















Por caminhos florestais, completamente envolvido num cerrado nevoeiro em pleno dia de Agosto, não muito longe da Peninha, na Serra de Sintra (Azóia-Capuchos), deslumbrei no topo de uma colina um conjunto de pedras imponentes,  comummente designada de “Anta  de Adrenunes”.
Se para alguns, o local não é mais do que um aglomerado de pedras, dispostas ao acaso pela Mãe natureza, o certo é que o local está referenciado pela Direcção-Geral do Património Cultural.


Seja apenas um penedo natural ou um reaproveitamento pelo homem, só pelo prazer da aventura e da beleza do local, vale a pena uma visita.
















Numa época em que se despertava para o conhecimento do passado mais remoto da Humanidade, não apenas por mera curiosidade intelectual, como, sobretudo, por substanciar algumas pretensões de conexões mais nacionalistas, os monumentos megalíticos constituíram uma das peças fundamentais em todo o processo subjacente à edificação de novas teorias relacionadas com a antiguidade de determinadas regiões e/ou localidades, ao mesmo tempo que promoviam o derrube das mais variadas hipóteses fantasiadas em torno da sua origem e funcionalidade.



E Portugal não poderia ser uma excepção neste enquadramento científico, nomeadamente por dispor de um considerável número já identificado de exemplares desta tipologia tão específica de monumentos arqueológicos, alguns dos quais registados ainda em meados do século XVIII no âmbito do levantamento dos vestígios antigos existentes no actual território português, incentivado pelo célebre Alvará de 1721, da lavra de D. João V (1689-1750).



Não obstante, teríamos de esperar por individualidades tão marcantes, quanto precursoras da actividade arqueológica entre nós, como as de Francisco Martins de G. M. Sarmento (1833-1899), V. do M. Gabriel Pereira (1847-1911), Estácio da Veiga (1828-1891) e Carlos Ribeiro (1813-1882), para que a sua investigação assumisse contornos mais sistemáticos e verdadeiramente científicos, ao permitirem um arrolamento mais coeso e uma comparação formal mais sólida, uma abordagem absolutamente essencial ao estabelecimento da sua atribuição cronológica, um dos objectivos centrais destes homens de excepção da intelectualidade oitocentista.
Mas, nenhuma outra personalidade portuguesa terá promovido de modo tão acentuado além fronteiras os estudos desenvolvidos nesta área em Portugal como o fundador da Real Associação dos Architectos Civis e Archeologos Portuguezes (predecessora das actuais Associação dos Arqueólogos Portugueses e Ordem dos Arquitectos Portugueses), como a de Joaquim Possidónio Narciso da Silva (1806-1896). E foi, precisamente, aquela que é conhecida por "Anta de Adrenunes" que motivou uma das suas primeiras incursões no entendimento do megalitismo nacional, manifestada bem cedo, ainda durante a década de cinquenta, num dos múltiplos périplos que realizava com certa frequência pelos arredores de Lisboa, em busca de vestígios de um passado bastante mais remoto do que as estruturas medievais e, até mesmo, romanas.



Foi, então, que considerou ter identificado a existência deste dólmen numa das elevações da Serra de Sintra, a mais de quatrocentos metros acima do nível do mar, embora a escavação que promoveu não revelasse quaisquer artefactos corroboradores da sua utilização funerária. Apesar disso, apresentou o resultado desta sua indagação numa das sessões do Congresso Internacional de Antropologia e Arqueologia Pré-histórica, realizado em 1871 na cidade de Bolonha, onde atribuiu o monumento à Idade da Pedra, numa altura em que alguns autores ainda persistiam em considerá-los bastante posteriores, provavelmente em razão do espólio encontrado nalguns exemplares, denunciadores de reutilizações francamente mais tardias.
Aparte a polémica que acabaria por envolver sempre a "Anta de Adrenunes", sobretudo por suscitar, junto de vários investigadores, as maiores dúvidas relativas à sua natureza antropizante, o facto é que seria classificada, logo em 1910, como "Monumento Nacional", pelo Conselho Superior dos Monumentos Nacionais.

























Estamos, por conseguinte, em presença de um conjunto de pequenos penedos, entre os quais se abre, a Poente, uma galeria estreita, com cerca de cinco metros de altura, que poderá ter sido utilizada como necrópole colectiva durante o longo período megalítico português, sem aparente modelação (ou adaptação) humana a essa finalidade, uma das razões pelas quais não deverá ser entendida como "Anta"/"Dolmen".










Texto retirado de: 
www.patrimoniocultural.gov.pt







Fotografias de C@rlos Baptista 
(Agosto de 2017)





quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Villa Romana de Casais Velhos






Casais Velhos é um sítio arqueológico, tendo ali sido implantada uma villa durante o período romano.
Situa-se actualmente na Rua de S. Rafael, a norte da povoação da Areia e encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público.



















Foi objecto de escavações arqueológicas em 1945, da responsabilidade de Afonso do Paço e Fausto de Figueiredo. Já nos finais da década de 60 e inícios da de 70 do século XX, Octávio da Veiga Ferreira e António de Castelo Branco continuaram os trabalhos de escavação e realizaram campanhas de limpeza e consolidação.




O que actualmente se observa no local são um conjunto de estruturas tardo-antigas (séculos III/VI), com destaque naturalmente, pelas dimensões, para o edifício termal, composto do frigidarium, de uma sala tépida de transição (tepidarium) e do praefurnium, destinado ao aquecimento do ar que circulava sob o pavimento e da própria água dos tanques, de configuração semicircular. Nas proximidades foi identificado um tanque de grandes dimensões, possivelmente o natatio, que era abastecido pelo aqueduto a partir de uma nascente.




Das estruturas que originalmente constituíam a pars rustica foi possível identificar dois compartimentos, um dos quais com duas pequenas tinas revestidas a opus signinum e com encaixe para tampa hermética. Estes recipientes aliados ao achamento de conchas de búzio (murex) levou alguns especialistas a considerarem a hipótese de os habitantes desta villa se dedicarem à indústria da tinturaria de tecidos e ou curtumes.





















Foram ainda identificadas outras estruturas, uma das quais associada a um lagar, com o respetivo tanque de decantação e o peso de lagar em pedra local e dois silos tapados com lajes circulares e escavados na própria rocha.
Registaram-se, ainda, diversas sepulturas de inumação pertencentes a três áreas de necrópoles às quais se encontram associados os principais achados, nomeadamente uma moeda ilegível, envolta em pano de linho, uma agulha em bronze, um aplique de forma zoomórfica em bronze, uma lucerna, datável do século III ou IV e várias moedas atribuídas aos imperadores Flávio Júlio Constâncio II (317-361), Constante (?-350), Teodósio I, o Grande (c. 346-395), Constantino I, o Magno (c. 271- 337) e Arcádio (c. 377-408), a sugerirem uma ocupação já no final do Império Romano do Ocidente.
                                                                                             



























Texto retirado de : www.cascais.pt





Fotografias de C@rlos Baptista
(Agosto de 2017)







quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Património ao Luar





Iluminados pela luz da lua, vamos caminhar à noite e conhecer os sítios arqueológicos do Cerro da Vila e de Loulé Velho.


 Estes sítios foram dois dos importantes centros de comércio romanos existentes no Algarve. Pelo meio visitaremos ainda o local do sítio pré-histórico de Forte Novo. 








Esta caminhada pretende promover o Património Cultural do concelho de Loulé e faz parte das actividades associadas à exposição de arqueologia "Loulé. Territórios, Memórias, Identidades", patente no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa.



Distância: 7 Km
Dificuldade: Fácil
Data do evento: 4 de Agosto (Sexta-feira) de 2017
Hora de início: 21h30
Local de encontro: Estação Arqueológica do Cerro da Vila (Avenida do Cerro da Vila, coord. 37° 4'47.95"N 8° 7'11.30"W)

Hora prevista do final do programa: 23h45m.




Inscrições gratuitas e obrigatórias para exposicaolouleeducativo@mnarqueologia.dgpc.pt ou 289 400 611 com indicação do nome completo, NIF e data de nascimento.





Via: Museu e Ruínas Romanas do 
Cerro da Vila - Loulé.












Quinta da Ribafria









O Solar de Ribafria está localizado na Estrada da Várzea, Sintra.



Mandado edificar no ano de 1541 por Gaspar Gonçalves, a quem D. Manuel I, por alvará de 16 de Setembro desse ano conferiu o senhorio de Ribafria, dando-lhe um brasão de armas, e permitindo-lhe usar esse apelido.



Além do seu valor histórico, o palácio de Ribafria é digno de nota pela sobriedade e correcção de linhas da sua arquitectura genuinamente manuelina, constituindo um dos mais belos exemplares da antiga arquitectura civil portuguesa.





































Destaca-se do seu todo uma torre quadrangular de pouco mais de trinta metros de altura, erguendo-se altiva no verdadeiro vale, junto ao rio de Lourel, na base da encosta que domina.


Esta torre foi construída, segundo reza a lenda, para que o proprietário de Ribafria dali pudesse avistar a Penha Verde, que lhe pertencia, como descendente do fundador D. João de Castro.


No ângulo do poente dessa torre, está o escudo de Ribafria esculpido em pedra, o grande tanque em cujas águas tranquilas se espelha em toda a extensão o vetusto edifício e uma magnífica cisterna, com uma vasta sala com a sua abóbada de cantaria apoiada em arcos e colunas de eterna solidez.





































Capela

























A Quinta de Ribafria foi adquirida pela Câmara
 Municipal de Sintra em 2003.



Lamentavelmente, este espaço parece estar num completo abandono, muito lixo, muros mal cuidados, vasos partidos e mato abundante. 






Conjunto de esculturas em mármore.






















Texto retirado de: destinosdeportugal.pt





Fotografias de C@rlos Baptista

(Julho de 2017)