Construída, ao que tudo indica, sobre a antiga mesquita muçulmana, o
primeiro impulso edificador da Sé de Lisboa deu-se entre 1147, data da
Reconquista da cidade, e os primeiros anos do século XIII, projecto em que se
adoptou um esquema idêntico ao da Sé de Coimbra, com três naves, trifório sobre
as naves laterais, transepto saliente e cabeceira tripartida, modelo
essencialmente de raiz normanda.
Nos séculos seguintes, deram-se as transformações mais marcantes, com
a construção da Capela de Bartolomeu Joanes, do lado Norte da entrada principal
(uma capela privada de carácter funerário instituída por este importante
burguês da Lisboa medieval, para si e para os seus companheiros), o claustro
dionisino (obra marcante na evolução da arte gótica nacional, que apesar da sua
planta irregular e localização a nascente do conjunto edificado, é uma das
construções mais emblemáticas no processo de renovação arquitectónica e
escultórica verificada no reinado de D. Dinis) e, especialmente, a nova
cabeceira com deambulatório, mandada construir por D. Afonso IV para seu
panteão familiar. Esta constitui o mais importante capítulo gótico entre
Alcobaça e a Batalha e é o único deambulatório catedralício gótico nacional.
Considerado Monumento Nacional
Texto retirado de: www.patrimoniocultural.pt
Fotografias de Rafael Baptista e de
Manuela Videira
(2015)