Neste preciso palácio, ecoaram vozes do passado que
ainda hoje falam na primeira pessoa.
Reis, navegadores, poetas, homens da ciência, gente da guerra e da paz,
embaixadores de regiões longínquas, todos eles, deambularam pelos corredores
estreitos e húmidos desta sumptuosa moradia dos monarcas portugueses.
Construído durante a ocupação muçulmana, a traça que
hoje lhe conhecemos é fruto de obras sucessivas de ampliação.
Depois da Reconquista , o Paço passou para a posse da
Coroa e foi substancialmente ampliado, não só no reinado de D. Dinis, monarca
que preceituou, em 1281, que a conservação do Paço estaria a cargo dos mouros
forros de Colares.
Ainda mais significativas foram as obras iniciadas no reinado de
D. João I , inícios do séc. XV, responsável pelo corpo central do edifício.
Já durante o reinado de D. Manuel I , no primeiro
quartel do séc. XVI, foi acrescentado vários corpos, enriquecendo o interior do
palácio, hoje, possuidor da mais
significativa colecção de azulejos mudéjares
do mundo.
Apresenta características de arquitectura medieval,
gótica e manuelina, renascentista e romântica. É considerado um exemplo de
arquitectura orgânica, de conjunto de corpos aparentemente separados, mas que
fazem parte de um todo articulado entre si, através de pátios, escadas,
corredores e galerias.
Todo este conjunto edificado é dominado por duas grandes chaminés geminadas, que
coroam a cozinha e que actualmente, constituem um dos símbolos de Sintra mais
conhecidos pelo mundo.
Porta de traça manuelina
Marcas de canteiro
Fotografias de C@rlos Baptista
(Junho de 2020)