Monumento
actualmente em trabalhos
de restauração.
Em 1762, no contexto da Guerra dos Sete Anos, Portugal
esteve à beira de entrar em guerra com Espanha, pelo que D. José ordenou uma
reforma do exército, dirigida pelo Conde de Lippe, que incluiu o "(...)
reforço da defesa terrestre e marítima do Reino." (BARROS, BOIÇA, RAMALHO,
2001, p. 192). Para reforçar a defesa da barra do Tejo, a Coroa mandou edificar
quatro fortalezas na linha de Cascais, a de Catalazete, em Oeiras, e as
Baterias de Crismina, Galé e Alta, no Guincho.
Apresentando planimetrias semelhantes, a estrutura
destas baterias correspondia a um corpo angular, com parapeito e plataforma,
atrás da qual foi edificado o paiol e o espaços dos aquartelamentos.
Para além de reforçar a protecção da praia do Guincho,
um amplo areal onde as embarcações inimigas facilmente poderiam desembarcar
tropas, a Bateria de Crismina cruzava fogo com o Forte de São Brás de Sanxete.
Conjunto de fósseis localizados muito próximo
do antigo forte.
A partir 1795, com o final do conflito na Europa, as
baterias da praia do Guincho tornaram-se "(...) espaços de uso e vivência
militar pouco expressivos.", pelo que na década de
20 do século XIX a bateria de Crismina estava desactivada.
Durante as Guerras Liberais, D. Miguel mandou restaurar
o conjunto das três baterias, numa campanha de obras realizada entre os anos de
1830 e 1832; no entanto, com a vitória das tropas liberais, as fortalezas iriam
ser novamente desactivadas.
Depois de 1833, estas pequenas fortalezas foram entrando
em progressiva degradação, e embora sejam consideradas "(...) um tipo
singular de fortificação (...)", a Bateria de Crismina é a única deste
conjunto que ainda mantém parte da sua estrutura edificada, apresentando sinais
evidentes de ruína.
Um texto de: Catarina
Oliveira
GIF/ IPPAR/ 2006
Imóvel de Interesse Público
Fotografias de Rafael Baptista
(Junho de 2019)