quarta-feira, 1 de maio de 2019

Forte de Santo António da Barra (Forte Velho)





Este forte localiza-se numa área sobranceira ao mar, na localidade de São João do Estoril.

















Edificado em 1590 por ordem de Filipe I, o Forte de Santo António da Barra assim designado por referência a um mosteiro franciscano que lhe ficava próximo, foi executado pelo engenheiro militar Vicêncio Casale, napolitano que chegou a Portugal em 1589, ao serviço da coroa espanhola.


Quando Filipe II de Espanha ocupa o trono Português, tinha consciência da fragilidade da linha de fortificações que defendiam a capital do Reino e o litoral adjacente até fora da barra do Tejo, sendo por isso uma das suas medidas iniciais o impedir do acesso a Lisboa por rio e eventuais desembarques na linha de costa entre S. Julião e Cascais.




















Tendo em conta uma anotação num documento de 1617, o desenho inicial do forte terá sido alterado pelo próprio Casale e, após 1640, quando a coroa portuguesa inicia a reforma das fortalezas existentes ao longo da costa atlântica, será igualmente modificado. No entanto, dada a sua exposição marítima, esta fortaleza foi sendo sujeita a contínuas reparações até que, já nos finais do século XIX, quando perde definitivamente o seu valor militar, é utilizado como posto de Guarda Fiscal.



A partir de 1915, aquando da morte do último oficial, o forte passa a servir de Campo de Férias do "Instituto Feminino de Educação e Trabalho de Odivelas" e, após obras gerais na sua estrutura, também como residência de verão do então Presidente do Conselho de Ministros António de Oliveira Salazar. Foi aliás neste local que, em Agosto de 1968, se registou o célebre acidente que acabou por provocar a sua morte.
































Após esta data o espaço que ainda hoje se encontra sob alçada do Ministério da Defesa Nacional, passou a funcionar apenas como colónia de férias, atividade que manteve até 2015.



 Depois deste ano seguiu-se um período de lamentável abandono e vandalismo só interrompido devido ao alerta de um conjunto de associações de defesa do património, encontrando-se, neste momento, a ser recuperado por protocolo celebrado entre a Câmara Municipal de Cascais e o referido Ministério.
































Texto de Maria Ramalho - DGPC/2018

(Direção Geral do Património Cultural)




Fotografias de C@rlos Baptista
(Abril de 2019)