quarta-feira, 20 de março de 2019

A Ribeira das Naus









A Ribeira das Naus foi o termo dado a partir da construção do Paço da Ribeira às novas tercenas, que o rei D. Manuel I ordenou construir  a ocidente do novo palácio real, construído sobre o local das tercenas medievais.


Já no século XVIII, a Ribeira das Naus passou a ser designada "Arsenal Real da Marinha" quando as suas instalações foram construídas no mesmo local, no âmbito da reconstrução da Baixa de Lisboa, depois do terramoto de 1755.


Em 1910, passou a designar-se "Arsenal da Marinha de Lisboa". O Arsenal da Marinha de Lisboa foi desactivado no ano de 1938.



O seu antigo local - cujo acesso ao rio Tejo foi cortado com a construção da Avenida Ribeira das Naus - faz hoje parte das Instalações da Administração Central da Marinha.




A Ribeira das Naus, com as docas Seca e da Caldeirinha,  constituíu  o conjunto dos maiores estaleiros do império, garantindo ali a construção dos muitos navios que partiram para a epopeia dos descobrimentos portugueses, bem como serviu de modelo aos restantes que se foram construindo além-mar, nomeadamente às ribeiras de Goa e de Cochim, na então Índia portuguesa.









As obras permitiram devolver ao público a Doca da Caldeirinha, uma estrutura que remonta a 1500 e que está hoje coberta de água, podendo ser atravessada através de um passadiço em madeira e a Doca Seca onde desde o século XVII eram recuperadas embarcações.


                                           Doca Seca cuja origem remonta aos Descobrimentos Portugueses. 









Fotografias de Rafael Baptista

(Março de 2019)