O Castelo de Silves fica situado no Algarve, na freguesia, cidade e
concelho de Silves, distrito de Faro.
Este castelo encontra-se em posição dominante sobre o rio Arade e é o
maior castelo de toda a região algarvia.
Além disso, o Castelo de Silves é considerado por muitos como o mais
belo exemplo das construções militares islâmicas em Portugal.
Ainda antes do início da construção do Castelo de Silves, já existia
nesse lugar uma antiga fortificação, provavelmente construída pelos Romanos ou
pelos Visigodos.
No entanto, a partir do século VIII, após a invasão da Península
Ibérica pelos muçulmanos, os novos senhores de as-Shilb (Silves) iniciaram a
construção desta fortificação.
Por se encontrar numa posição geográfica privilegiada, a povoação de
as-Shilb cresceu rapidamente.
Foi no entanto apenas nos séculos seguintes que a povoação de
as-Shilb conheceu o seu apogeu, tornando-se palco de diversas disputas entre
princípes muçulmanos, acabando mesmo por ser conquistada pelo rei Al-Um’tamid
no ano de 1052, tornando-se assim na sede de uma taifa.
Acredita-se que tenha sido nessa altura que a muralha envolvente de
uma área com cerca de doze hectares tenha sido construída. Trata-se de uma
muralha ameada, rasgada por três portas e reforçada por torres de planta
quadrangular.
A nível interno, existiam duas ruas principais que constituíam os
dois eixos que definiam a povoação. Bem perto da Porta de Almedina, também
chamada de Porta Principal ou Porta de Loulé, existis um grande edifico, o
Palácio das Varandas, que apesar de já não existir, encontra-se referido na
poesia do rei Al-Um’tamid.
Segundo o que se encontra registado na crónica de Xelbe, no final do
século XII, a povoação de as-Shilb era um dinâmico centro urbano, comercial e
cultural do mundo islâmico. No início do século XIII, o último rei muçulmano,
Ibn al-Mahfur, deu início à reforma Almóada das suas defesas, conferindo-lhe as
linhas gerais com que, exceptuando algumas pequenas alterações, o Castelo de
Silves chegou aos nossos dias.
Na época da Reconquista Cristã, sob o comando do rei D. Sancho I de
Portugal, os exércitos portugueses, apoiados por uma frota de cruzados
dinamarqueses e frísios, conquistar o vizinho Castelo de Alvor, em 1189. Ainda
no verão desse ano, com o auxílio de uma nova frota de cruzados, desta vez
ingleses e alemães, os exércitos portugueses cercaram Silves, com o objectivo
de a conquistar. O sítio teve início na segunda quinzena do mês de Julho e
viria a durar mais de um mês, sendo que, após violentos ataques com uma grande
variedade de máquinas de guerra, tais como torres de madeira, catapultas e um
ouriço, que é uma esfera de madeira armada com diversas pontas de ferro. Assim,
a 2 de Setembro, após a destruição de várias torres e troços das muralhas, a
povoação acabou por se render, sendo violentamente saqueada.
Mais tarde, em 1191, os muçulmanos, sob o comando do califa Abu Yusuf
Ya’qub al-Mansur, contra-atacaram e conquistaram novamente todos os territórios
a sul do rio Tejo, com excepção da povoação de Évora. Assim, o Castelo de
Silves ficou novamente nas mãos dos muçulmanos, com quem permaneceu por pouco
mais de meio-século.
Já no ano de 1242, os cavaleiros da Ordem de Santiago, comandados
pelo seu Mestre, D. Paio Peres Correia, intentou a reconquista de Silves. No
entanto, foi apenas em 1253, sob o reinado de D. Afonso III de Portugal, que a
povoação de Silves e o seu castelo voltaram para as mãos de Portugal. Em 1266,
o soberano concedeu à povoação de Silves o seu Foral, determinando a
recuperação e o reforço das suas defesas.
Em 1755, no terramoto que ocorreu próximo de Lisboa, a estrutura do
castelo de Silves e de suas muralhas foi severamente danificada.
Num decreto de 23 de Junho de 1910, o Castelo de Silves foi
classificado como Monumento Nacional. Mais tarde, nas décadas de trinta e
quarenta, a Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais promoveu várias
intervenções de restauro e consolidação, tendo-se desobstruído alguns troços de
muralhas e refazendo-se algumas torres que estavam quase a ruir.
Desde 1984 que estão a decorrer escavações arqueológicas no interior
do Castelo de Silves, sendo que, actualmente, este constitui-se num dos maiores
e mais bem conservados monumentos do país.
Via: www.historiadeportugal.info/castelo-de-silves