(Placa da sinagoga grande de Lisboa, conservada no Museu Abraham
Zacuto, cidade de Tomar).
“No sábado, vigília de santo André, visitei a sua sinagoga. Nunca
tinha estado nestes templos. Num pátio que está diante dela cresce uma grande
parreira, cujo tronco mede quatro palmos de perímetro. O interior, adornado com
extrema beleza, tem uma cátedra ou púlpito para pregar ao estilo das mesquitas,
ardiam dez enormes candelabros com cinquenta ou sessenta luzes cada um, além de
muitas outras lâmpadas, e as mulheres estão colocadas em lugar separado do dos
homens, alumiado de igual modo por uma profusão de luzes”.
Por Maria José Ferro Tavares
“As Judiarias de Portugal”. Lisboa: CTT
Correios de Portugal. 2010,
página 33.
Trata-se de um resumo do relato de viagem por Espanha e Portugal, nos
anos de 1494 e 1495, intitulado “Itinerarium sive peregrinatio pur Hispaniam,
Franciam et Alemanaim”, do médico alemão Jerónimo Munzer, descrevendo a
sinagoga grande de Lisboa, que pelo
relato desta testemunha da época, seria
um templo com certeza magnificente.
Fotografia de C@rlos Baptista
(2012)