quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

O Padrão do Senhor Roubado - Lisboa





O Padrão do Senhor Roubado está localizado à saída da Calçada de Carriche, num pequeno largo junto à estrada que conduz a Odivelas.
















Na manhã do dia 11 de Maio de 1671 o padre da paróquia de Odivelas encontrou a Igreja Matriz virada do avesso: tinha sido assaltada na noite anterior, tendo sido roubadas algumas peças, vestuário de santos e as hóstias. Logo se responsabilizaram os cristãos-novos pelo nefando sacrilégio. Fizeram-se preces, procissões, versos antijudaicos, auto-flagelações indescritíveis e a Corte ficou de luto. 



Um mês depois, em 16 de Junho, foram encontradas algumas das peças roubadas, enterradas justamente no local onde viria a ser edificado em 1744 o padrão ao Senhor Roubado.








Conjunto de painéis de azulejos que ilustram diversos episódios, desde o furto da igreja matriz ocorrido em 1671, à execução de António Ferreira.




















Em 16 de Outubro do ano do roubo foi preso, junto ao Mosteiro de São Dinis – a dois passos da assaltada Igreja Matriz de Odivelas –, um sujeito que tentava roubar as galinhas do mosteiro. Foi preso e identificado como autor do roubo de 10 de Maio. Como não bastasse a confissão, foi interrogado sob tortura, por dois inquisidores, concluindo-se que se tratava de um pobre diabo, sem o juízo todo, que ficara fascinado com as reluzentes vestes dos santos e, perdido de bêbedo, comera as hóstias. 



O ladrão chamava-se António Ferreira e foi condenado a que lhe cortassem em mãos em vida e queimadas à sua vista, após o que foi garrotado e queimado numa fogueira ateada no Rossio no dia 23 de Novembro de 1671. (...)



de Jorge Martins (historiador)











Está classificado como Imóvel de 
Interesse Público.




Conheça mais em: 






Fotografias de Rafael Baptista
(2016)




quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Marco de propriedade





Marco de propriedade do Visconde de Monserrate, localizado a poucos metros da Ermida do Ecce Homo, no Convento dos Capuchos, Sintra.











Fotografia de David Jacinto
 (Agosto de 2015)







quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Beira TV - Viagem ao mundo das trilobites












Trilobites - Marrocos





Conjunto de fósseis adquiridos em Marrocos, entre os anos de 1991 e 1994.





As trilobites pertencem ao grupo dos artrópodes,  característicos da era do Paleozóico, conhecidos apenas do registro fóssil.












Animais de corpo segmentado e membros articulados, que viveram durante cerca de 300 milhões de anos nos antigos oceanos.







Fotografias de C@rlos Baptista
 (2016)








sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Igreja de Santa Maria - Calçada de Santa Maria, em Sintra






A igreja de Santa Maria de Sintra é a principal construção religiosa gótica da vila de Sintra, testemunhando, pela sua cronologia e estilo, o lento abandono do castelo e a progressiva instalação serra abaixo. A construção inicial deve remontar à segunda metade do século XII, altura em que o bairro que a igreja servia era o principal arrabalde da vila.



















Já em finais do século XIII ou, mais provavelmente, nos meados do século XIV, deu-se uma total reforma do edifício, responsável pelo aspecto geral que o templo ainda hoje possui.
Esta campanha gótica, estilisticamente conotada ainda com o ciclo dionisino, dotou a igreja de uma espacialidade comum ao que então se fazia: interior de três naves, escalonadas, de quatro tramos, separadas por arcadas quebradas; capela-mor de dois tramos, sendo o primeiro recto e o segundo, a nascente, poligonal, em cujo alçado se rasgam grandes janelas verticais; fachada principal ad triangulum, com três panos, sendo o central mais elevado e organizado em dois registos, rasgando-se, no primeiro, o portal (de arco quebrado com arquivoltas e inscrito num gablete) e, no segundo, uma janela (que deverá ter sido, originalmente, uma rosácea).








Numerosas obras aconteceram neste espaço ao longo de mais de quinhentos anos. Logo no século XV, há notícias de uma campanha na capela-mor, por iniciativa de Luís Pires, capelão de D. Afonso V. Ainda quatrocentista é o sino, datado de 1468. Mais importante foi a reforma do tempo de D. Manuel, mandada fazer pelo bispo de Tânger, D. João Lopo. O portal principal foi substancialmente alterado, dotando-o de arcos canopiais, um elegante mainel e um gablete curvo, mais monumental do que aquele que certamente existia. Para além disso, o tecto de madeira da nave, posteriormente suprimido, ostentava as armas da rainha, casa a que pertencia a igreja, e ainda subsistem alguns azulejos hispano-árabes, próprios da decoração de altares desses inícios do século XVI.














A última grande campanha de obras aconteceu no século XVIII. Em consequência dos estragos provocados pelo Terramoto de 1755, houve a necessidade de se reconstruir partes consideráveis do templo, projecto que decorreu entre 1757 e 1760. Data dessa altura o remate da fachada principal, em frontão irregular decorado com volutas, bem como o janelão sobre o portal, que substituiu a antiga rosácea gótica. No interior, renovou-se a decoração e os lugares-chave de devoção, com uma grande encomenda de retábulos de talha dourada.



Infelizmente, grande parte deste projecto barroco foi sacrificado aquando do restauro, na década de 30 do século XX, em particular os altares que ocultavam as portas laterais. Dos trabalhos então efectuados, que pretenderam reverter o edifício à sua pureza original gótica, conta-se a substituição do tecto de madeira e do pavimento, assim como o apeamento de numerosas obras da época moderna, facto que está na origem do interior aparentemente "despido" que a igreja ostenta na actualidade.






Classificado como Monumento Nacional.




Texto retirado de: patrimoniocultural.pt






Fotografias de Rafael Baptista
(2015)





quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Cromeleque dos Almendres - Évora








Menir dos Almendres .








O recinto megalítico dos Almendres, um dos maiores monumentos públicos da humanidade, constitui o maior conjunto de menires estruturados da Península Ibérica e é um 
dos mais importantes da Europa. 



Este monumento megalítico inicialmente era constituído por mais de uma centena de monólitos. A sua escavação permitiu a detecção de várias fases construtivas abrangendo uma larga faixa cronológica, desde o Neolítico Médio até à Idade do Ferro - desde finais do VI até inícios do III milénio a. C, este sítio apresenta, entre outros elementos, um cromeleque de planta circular irregular, composto por de 95 monólitos graníticos colocados em pequenos agrupamentos com diferentes formas e dimensões, desde pequenos blocos rudemente afeiçoados, outros maiores que deram ao local o nome de Alto das Pedras Talhas. 



Formaram dois recintos erguidos em épocas distintas, geminados e orientados segundo as direcções equinociais. Uma dezena de monólitos está decorada exibindo relevos ou gravuras. Foi um monumento com funções religiosas e, provavelmente um primitivo observatório astronómico. 


O monumento está situado na Herdade dos Almendres, propriedade de José Manuel Neves.



Classificado como Monumento Nacional.













Fonte: patrimoniocultural.pt





Fotografias de Manuela Videira
(2001)