As Muralhas de Évora apresentam uma grande variedade de
estilos, marcados por várias alterações e restauros levados a cabo em
diferentes épocas e por diversos povos,
romanos, visigodos, mouros e finalmente os portugueses. Foram utilizadas ao
longo dos tempos como linhas defensivas fortificadas e, a partir do século XVI,
foram adaptadas ao uso da artilharia.
Fonte da Praça do Giraldo
Nas ruas de Évora, encontram-se quase 20 séculos de
história. Celtas, romanos, visigodos, judeus e muçulmanos foram alguns dos povos que
deixaram marca nesta encantadora cidade alentejana.
Durante o período romano, Évora adquiriu o estatuto de município de
direito latino e a designação honorífica de Liberalitas Julia.
Esta época caracterizou-se por um desenvolvimento
notável a nível económico e artístico, como o comprovam os vestígios
monumentais que sobreviveram até à actualidade.
Os domínios visigótico e muçulmano permanecem, em grande
parte, obscuros. A cidade manteve, no entanto, a sua importância como centro
urbano regional. No final do período islâmico a cidade era grande e populosa:
possuía duas mesquitas, uma intensa actividade comercial e um terreno fértil, com
produção agrícola diversificada.
A
conquista de Évora em 1165 pela acção do cavaleiro Geraldo Sem Pavor e a sua integração no reino de Portugal foi um ponto
de viragem na sua história. A cidade irá gradualmente assumir a posição de
principal centro urbano do sul do país, importante centro religioso, político e
militar
A construção da Catedral, imponente edifício que marca
toda a paisagem circundante e constitui um exemplar arquitectónico sem paralelo
no gótico nacional,
Sé de Évora
A Catedral de Évora, cuja construção foi iniciada em
1186 e consagrada em 1204, foi concluída apenas em 1250. É um monumento
fascinante e imponente. Toda em granito, é marcada pela transição do estilo
românico para o estilo gótico.
Foi melhorada durante os séculos XV e XVI.
Duas torres do período medieval de cada um dos lados da
fachada da Sé de Évora. A torre do lado sul é a torre sineira, aquela cujos
sinos mandam no tempo da cidade. De cada um dos lados do seu portal existem
espectaculares esculturas de Apóstolos, do século XIV, da autoria de Mestre
Pêro.
Elemento escultural da época medieval portuguesa -
1322/1340
Não é assim tão raro encontrar em monumentos e museus de
norte a sul do país a figura do judeu português, retratado na pintura ou em
escultura, com as suas vestes e barretes tão típicos.
A maioria das vezes é uma representação exagerada e
crítica deste povo, a arte não estava imune ao preconceito e à intolerância da
época.
Felizmente, que chegaram até aos nossos dias alguns
exemplos dessas expressões artísticas, entre eles, a base de uma escultura de
apóstolo do século XIV, da Sé de Évora.
Pode-se observar dois judeus sendo pisados pelo
apóstolo, ambos, com o típico barrete.
Um com longas barbas, talvez retratando um rabino local,
o outro, com traços de um cão, sinal característico do "infame
infiel".
Tirando este triste episódio, vale a pena uma visita ao
monumento.
Claustro da Sé
Claustro construído
em meados do século XIV, arte gótica,
com os seus arcos ogivais na abóbadas e na janelas e ainda desenhos geométricos
nos óculos, de influência árabe.
No plano-terra, encontra-se a Capela do Fundador, o
bispo D. Pedro, com o seu belo mausoléu
de arte gótica e as imagens de S.Pedro, a Senhora com o Menino, Senhora do Ó e
o Arcanjo São Gabriel. Em cada ângulo do claustro, a imagem dos 4 evangelistas.
No terraço do claustro, o mais antigo brasão da cidade
de Évora (séc. XIV), representando
o conquistador da cidade aos mouros, Geraldo
Sem Pavor.
Termas
As Termas Romanas de Évora terão sido construídas entre
os séculos II e III. Foram descobertas no final de 1987, aquando das escavações
arqueológicas na parte mais antiga do edifício da Câmara Municipal da cidade,
no Largo do Sertório. Como qualquer habitante de Évora poderia sempre prever.
Sempre que há escavações no centro histórico encontram-se mais vestígios do
passado.
Terão sido estas as termas públicas da cidade da época.
Possivelmente, também, o maior edifício público da Évora Romana.
Igreja da Graça
“A Igreja da Graça, ou
Convento de Nossa Senhora da Graça, foi o primeiro monumento de arquitectura
renascentista da cidade de Évora. Situa-se no Largo da Graça e foi projectada
pelo arquitecto Miguel Arruda e Nicolau de Chanterene.
A sua fachada caracteriza-se por uma composição invulgar
de elementos renascentistas e maneiristas, destacando-se os "Meninos da
Graça", estátuas de gigantes simbolizando as quatro partes do Mundo e o
poder universal de D. João III.
A estas figuras estão ligadas várias histórias
populares.
Igreja de São Francisco
Igreja imponente, mandada edificar por D. João II, no
séc. XV (1480-1510), sobre um templo gótico de três naves, foi concluída
durante o reinado de D. Manuel I.
Apesar de ter sofrido posteriores remodelações, é
considerada um exemplo bem representativo do estilo gótico-manuelino da região.
Nesta obra trabalharam os mestres Martim Lourenço, Afonso de Pallos, os
Arrudas, Pero de Trilho e Diogo de Torralva, além dos pintores régios,
flamengos e portugueses, dirigidos por Francisco Henriques.
A fachada encontra-se coroada por ameias chanfradas e
coruchéus cónicos ou torsos, apresenta gárgulas zoomórficas e é antecedida por
uma ampla galilé, coberta por uma abóbada de aresta.
Núcleo Museológico
Fotografias de Rafael Baptista e de C@rlos Baptista
(Julho de 2019)