segunda-feira, 20 de abril de 2020

Rua da Judiaria - Alfama, Lisboa















Alfama é um dos bairros mais típicos da cidade de Lisboa, de ruas estreitas onde se destaca um conjunto de habitações encavalitadas umas nas outras, criando um autêntico emaranhado de ruelas, becos e esquinas.
Alfama e seus habitantes são hoje um símbolo do orgulho das tradições populares que Lisboa tanto preza.
O fado marca a cada instante o ritmo de um coração profundamente bairrista, bairro, que também é possuidor de uma passado sefardita, sua antiga Judiaria é prova disso mesmo.




Judiaria de Alfama ou Judiaria da Torre de S. Pedro








Ainda hoje há historiadores que se dividem sobre as origens da fundação da Judiaria de Alfama.
Segundos alguns, o bairro judeu terá nascido durante o reinado do rei D. Fernando, já segundo outros,  ainda  na época de D. Pedro I.

Teve uma Sinagoga construída entre 1373 e 1374, como consta de uma sentença de D. Fernando.
A Judiaria de Alfama e respectiva sinagoga, situar-se-ia próximo da Torre de S. Pedro. O que se conhece sobre o templo hebraico, é que se tratava de um edifício constituído por quatro salas sobradadas e possuidor de um balcão que dava para o beco.
Os judeus por terem edificado a sinagoga sem consentimento régio, foram condenados ao pagamento de 50 libras de ouro, com proibição de exercer culto dentro da mesma durante algum tempo.



Esta Judiaria foi fundada após a investida das
 hostes castelhanas aos bairros judeus, em 1373.


A preservação desta Judiaria deve-se sobretudo 
porque Alfama escapou à destruição do terramoto de 1755.




















Fontes:  Maria Júlia Fernandes, "Passos na Areia", pág. 50 e 51. Editora Contexto 
da Freguesia de São Miguel - Lisboa.




Fotografias de C@rlos Baptista
(Julho de 2015)




quarta-feira, 15 de abril de 2020

Pia de pedra (Aldeia Galega-Pernigem)









Num passeio levado a cabo pela área rural da Aldeia Galega e Pernigem (Parque Natural de Sintra-Cascais), deparamo-nos já no interior de um pinhal, por entre vegetação e antigos barracões de madeira para apoio à agricultura, de uma enorme pia em pedra.














Fotografias de Rafael Baptista
(Abril de 2020)










segunda-feira, 13 de abril de 2020

Escultura de D. Afonso Henriques




Datada do final do século XII ou início do século XIII, esta imagem poderá ser a mais antiga representação do primeiro monarca português. 

Já coroado e de espada em punho, o rei enverga 
também o manto real.









Escultura procedente de Santarém, da desaparecida ermida de S. Miguel da  Alcáçova 
ou da porta da própria  Alcáçova.




Museu  Arqueológico do Carmo





Fotografias de Rafael Baptista e de C@rlos Baptista

(2014 – 2016)




domingo, 5 de abril de 2020

Évora - cidade museu











As Muralhas de Évora apresentam uma grande variedade de estilos, marcados por várias alterações e restauros levados a cabo em diferentes épocas e por  diversos povos, romanos, visigodos, mouros e finalmente os portugueses. Foram utilizadas ao longo dos tempos como linhas defensivas fortificadas e, a partir do século XVI, foram adaptadas ao uso da artilharia.




















Fonte da Praça do Giraldo






Nas ruas de Évora, encontram-se quase 20 séculos de história. Celtas, romanos, visigodos, judeus e muçulmanos foram alguns dos povos que deixaram marca nesta encantadora cidade alentejana.
Durante o período romano,  Évora adquiriu o estatuto de município de direito latino e a designação honorífica de Liberalitas Julia.
Esta época caracterizou-se por um desenvolvimento notável a nível económico e artístico, como o comprovam os vestígios monumentais que sobreviveram até à actualidade.


Os domínios visigótico e muçulmano permanecem, em grande parte, obscuros. A cidade manteve, no entanto, a sua importância como centro urbano regional. No final do período islâmico a cidade era grande e populosa: possuía duas mesquitas, uma intensa actividade comercial e um terreno fértil, com produção agrícola diversificada.
A conquista de Évora em 1165 pela acção do cavaleiro Geraldo Sem Pavor e a sua integração no reino de Portugal foi um ponto de viragem na sua história. A cidade irá gradualmente assumir a posição de principal centro urbano do sul do país, importante centro religioso, político e militar


A construção da Catedral, imponente edifício que marca toda a paisagem circundante e constitui um exemplar arquitectónico sem paralelo no gótico nacional,








Sé de Évora







A Catedral de Évora, cuja construção foi iniciada em 1186 e consagrada em 1204, foi concluída apenas em 1250. É um monumento fascinante e imponente. Toda em granito, é marcada pela transição do estilo românico para o estilo gótico.

Foi melhorada durante os séculos XV e XVI.

Duas torres do período medieval de cada um dos lados da fachada da Sé de Évora. A torre do lado sul é a torre sineira, aquela cujos sinos mandam no tempo da cidade. De cada um dos lados do seu portal existem espectaculares esculturas de Apóstolos, do século XIV, da autoria de Mestre Pêro.






















Elemento escultural da época medieval portuguesa - 1322/1340



Não é assim tão raro encontrar em monumentos e museus de norte a sul do país a figura do judeu português, retratado na pintura ou em escultura, com as suas vestes e barretes tão típicos.
A maioria das vezes é uma representação exagerada e crítica deste povo, a arte não estava imune ao preconceito e à intolerância da época.
Felizmente, que chegaram até aos nossos dias alguns exemplos dessas expressões artísticas, entre eles, a base de uma escultura de apóstolo do século XIV, da Sé de Évora.
Pode-se observar dois judeus sendo pisados pelo apóstolo, ambos, com o típico barrete.
Um com longas barbas, talvez retratando um rabino local, o outro, com traços de um cão, sinal característico do "infame infiel".
Tirando este triste episódio, vale a pena uma visita ao monumento.





















































Claustro da Sé






Claustro  construído em meados do século  XIV, arte gótica, com os seus arcos ogivais na abóbadas e na janelas e ainda desenhos geométricos nos óculos, de influência árabe.
No plano-terra, encontra-se a Capela do Fundador, o bispo D. Pedro, com o seu  belo mausoléu de arte gótica e as imagens de S.Pedro, a Senhora com o Menino, Senhora do Ó e o Arcanjo São Gabriel. Em cada ângulo do claustro, a imagem dos 4 evangelistas.















No terraço do claustro, o mais antigo brasão da cidade de Évora (séc. XIV), representando
 o conquistador da cidade aos mouros, Geraldo Sem Pavor.








Termas







As Termas Romanas de Évora terão sido construídas entre os séculos II e III. Foram descobertas no final de 1987, aquando das escavações arqueológicas na parte mais antiga do edifício da Câmara Municipal da cidade, no Largo do Sertório. Como qualquer habitante de Évora poderia sempre prever. Sempre que há escavações no centro histórico encontram-se mais vestígios do passado.

Terão sido estas as termas públicas da cidade da época. Possivelmente, também, o maior edifício público da Évora Romana.

















Igreja da Graça







“A Igreja da Graça, ou Convento de Nossa Senhora da Graça, foi o primeiro monumento de arquitectura renascentista da cidade de Évora. Situa-se no Largo da Graça e foi projectada pelo arquitecto Miguel Arruda e Nicolau de Chanterene.

A sua fachada caracteriza-se por uma composição invulgar de elementos renascentistas e maneiristas, destacando-se os "Meninos da Graça", estátuas de gigantes simbolizando as quatro partes do Mundo e o poder universal de D. João III.
A estas figuras estão ligadas várias histórias populares.











Igreja de São Francisco



Igreja imponente, mandada edificar por D. João II, no séc. XV (1480-1510), sobre um templo gótico de três naves, foi concluída durante o reinado de D. Manuel I.


Apesar de ter sofrido posteriores remodelações, é considerada um exemplo bem representativo do estilo gótico-manuelino da região. Nesta obra trabalharam os mestres Martim Lourenço, Afonso de Pallos, os Arrudas, Pero de Trilho e Diogo de Torralva, além dos pintores régios, flamengos e portugueses, dirigidos por Francisco Henriques.


A fachada encontra-se coroada por ameias chanfradas e coruchéus cónicos ou torsos, apresenta gárgulas zoomórficas e é antecedida por uma ampla galilé, coberta por uma abóbada de aresta. 
































Núcleo Museológico 



























Fotografias de Rafael Baptista e de C@rlos Baptista
(Julho de 2019)