terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Castelo de Castro Marim (Algarve)








Castro Marim foi edificada sobre um monte do Castelo, umas das mais significativas invocações que a Idade Média introduziu na paisagem portuguesa, na margem direita do rio Guadiana.
A primeira fortaleza de Castro Marim deveria ter consistido num castro familiar ou de povoamento do período neolítico, levantado na coroa desse monte.
Devido à configuração topográfica e localização estratégica de Castro Marim, foi esta vila povoada por vários povos, entre eles, Fenícios, Cartagineses, Vândalos e Mouros, estes derrotados, aquando da conquista da vila por D. Paio Peres Correia em 1242.







Em 1277, D. Afonso III concedeu-lhe Carta de Foral com grandes privilégios para atrair população mais facilmente aquela zona, erguendo a cerca medieval, o­nde inicialmente, a vila se desenvolveu.
A vila cresceu, inicialmente, dentro das muralhas do castelo velho, de planta quadrangular, definido por quatro torreões cilíndricos nos ângulos e um pátio interno, com duas portas de acesso, uma a sul e outra norte.

Mais tarde, no reinado de D. Dinis, compensando a perda de Ayamonte que passou para o domínio de Castela, mandou o rei reforçar a fortificação, ampliando-a com a construção da Muralha de Fora, para abrigo e defesa da população, atraindo-a com a confirmação e ampliação dos privilégios atribuídos pelo seu pai D. Afonso III, concedendo-lhe nova Carta de Foral em 1282.











Durante todo o processo de conquista do Algarve, não se pode descurar a importância do papel das Ordens Militares Religiosas.

Castro Marim, pela sua localização geo-raiana, conseguiu atrair, com a ajuda do rei D. Dinis e pela bula papal instituída pelo papa João XXII, a Ordem de Santiago, que terá herdado os bens da Ordem dos Templários extinta em 1321, instalando a sua sede no Castelo de Castro Marim de 1319 até 1356, ano em que foi transferida, por ordem de D. Pedro I, para Tomar, devido à cessação das lutas contra os mouros e de um progressivo desprestígio da zona. A partir dessa altura, a importância deste Castelo foi diminuindo e a vila começou a despovoar-se, apesar dos privilégios atribuídos pelos monarcas.

Com a entrada do século XV e com o incremento das campanhas ultramarinas, a Coroa Portuguesa encontrou no Algarve o melhor posicionamento geográfico e estratégico, pela proximidade ao Norte de África, mantendo assim mais facilmente essas praças, controlando-as, para além de controlar possíveis ataques de corsários vindos do sul ou da vizinha Espanha.
Castro Marim tornava-se assim, pela sua localização geográfica, numa das principais praças de guerra aquando do destacamento das nossas tropas além-mar, perdendo o seu apogeu relativamente a outras praças de guerra algarvias durante o século XVI.

Durante o reinado de D. Manuel I, com a nova Carta de Foral atribuída a esta vila em 1504, inicou-se  a relevante obra de restauro e defesa do Castelo, iniciada em 1509.
Esta obra visara um duplo objectivo de apoio às conquistas ultramarinas e de vigilância aos possíveis ataques corsários a que esta vila estava sujeita.

Dentro do recinto muralhado, situavam-se as ruínas da Igreja de Santiago, primitiva matriz da vila, construída no século XIV, a Igreja de Santa Maria e antiga Igreja da Misericórdia, junto à porta de Armas, que serviu a população até ao século XVI, altura em que a vila começou a crescer para fora do recinto muralhado, significando o aumento de terra firme.












 D. João IV ( O Restaurador)



Por este motivo e com o incremento das estruturas abaloartadas durante o século XV, mandou D. João IV, aquando das Guerras da Restauração em 1640, dada a importância militar desse ponto, restaurar o Castelo e fazer novas obras de fortificação, construindo o Forte de S. Sebastião e de Revelim / Forte de S. António.



Texto retirado de: cm-castromarim.pt










Fotografias de Beatriz  Duarte
(2018)




quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Lisboa subterrânea




Na revista "Time Out", saiu  já algum tempo um interessante dossier sobre os grandes achados arqueológicos da última década, no qual focam cinco sítios arqueológicos:

- A Rua dos Mouros (acampamento do Neolitico Antigo), Calçadinha do Tijolo e Largo de Santa Marinha (Necrópole islâmica do arrabalde oriental), Rua Nova do Carvalho (armazém do século XVIII) e Rossio (ambiente doméstico do século XVIII).










Judiaria de Évora












A herança judaica em Évora é notória devido há existência de um amplo conjunto de portas ogivais góticas, que pertenceram a casas de habitantes da comunidade,  e ali, se dedicavam às suas transações comercias ou a actividades literárias,  religiosas e outras vertentes intelectuais.


A Judiaria de Évora desenvolvia-se perto da grande praça da cidade, a Praça do Giraldo. É muito possível, que se localizasse apesar de existirem dúvidas sobre os seus verdadeiros limites, entre as Portas de Alconchel e as Portas do Raimundo, entre a Rua do Tinhoso, Rua dos Mercadores e Rua da Moeda, seguindo algumas transversais da Rua do Raimundo.





Praça do Giraldo











Estes antigos bairros dos hebreus foram oficialmente criados em Portugal, por volta do século XIV, durante o reinado de D. Pedro I, apelidado de o (Justiceiro ou o Cruel).





D. Pedro I



 Foi nessa altura que foram editados os primeiros diplomas legislativos que obrigavam compulsivamente a separação entre judeus e cristãos. 


















Fotografias de C@rlos Baptista
(Julho de 2019)








quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Trancoso




Numa viagem levada a cabo em 2013 à cidade de Trancoso na Beira Interior Norte,  direccionamos o objectivo principal da nossa visita para a sua antiga judiaria.









Privilegiamos sobretudo as marcas cruciformes gravadas um pouco por toda a área habitacional da mesma, o "Poço do Mestre" e a famosa "Casa do Gato Preto" (simbolizando o Leão de Judah esculpido em alto revelo na fachada do edifício), bem como o Centro de Interpretação Isaac Cardoso.











 Fotografias de Rafael Baptista e de Manuela Videira 
(2013)





sábado, 8 de fevereiro de 2020

Panorâmicas - Castelo dos Mouros









O Castelo dos Mouros é uma fortificação militar do século X da era comum,  e um  lugar privilegiado para admirar a vista em 360º que se estende desde Sintra até ao mar Atlântico. 


Podendo desde a Torre Real, obterem uma panorâmica admirável por toda a área sintrense.



























Fotografias de Margarida Gonçalves
(2019)




terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Museu do Carmo - Maio de 2020




Actualmente e ainda bem, o património histórico não se cinge apenas a um número restrito de académicos e investigadores que com primazia estudavam e realizavam as suas visitas aos sítios históricos, sendo como que os  únicos privilegiados de poderem presenciar tesouros únicos da capacidade dos povos e suas civilizações.


Hoje, famílias, amigos ou individualmente, todos nós, podemos visitar os mais diversos monumentos, seja a mais humilde igreja medieval, à grandiosidade de uma qualquer antiga cidade romana.


É bom que as autoridades gestoras do património se adaptem, porque o segmento ligado ao turismo histórico veio para ficar, e possivelmente, será dos sectores turísticos que mais crescerá na próxima década em todo o mundo.