Actualmente, o que resta deste antigo e imponente
castelo, são ainda alguns troços de muralha, a "Porta da Conceição" e
a "Torre da Couraça".
É urgente a recuperação naquilo que se pode recuperar, e
dar a este monumento uma melhor utilidade à população local e ao turista
nacional e estrangeiro que visita a vila
de Alenquer.
O CASTELO DE ALENQUER - AS SUAS PORTAS E POSTIGOS
Na gravura abaixo que datamos do séc. XVI por lá estar,
em 14, o moinho de papel de Manuel Teixeira(1), poderá o nosso leitor verificar
que, esquematicamente, o recinto amuralhado tinha a forma de um semicírculo ou
crescente (algo imperfeito), sendo visíveis em 2 e 3 as duas principais portas
da vila que, por assim o serem, denominavam-se portas de armas. Uma conhecida
como "da Vila" assinalada com 2. Outra, conhecida como"do
Carvalho", mais tarde como de "Santo António" e mais
modernamente, "da Conceição", assinalada com 3.
Alenquer medieval - Desenho de Mestre João Mário para
uma
publicação da
C.M.A. - Carregar na imagem para ampliar.
Quanto a postigos, o mais importante, assinalado em 4,
situava-se mais ou menos por cima do local onde na actualidade se monta pelo
Natal o monumental Presépio e dava acesso a um íngreme carreiro que conduzia ao
rio. Um outro situava-se em 6, frente à já desaparecida igreja de S. Tiago.
Este último, talvez não fosse bem um simples postigo, mas sim a chamada porta
da traição, nome dado num castelo à porta com menor tamanho, na medida do
possível dissimulada e situada distante da(s) portas principais e em sentido oposto ao da
localização daquelas, aberta na muralha
à medida de uma qualquer emergência (de notar que estes pressupostos nem sempre
se verificavam cumulativamente).
Al Ain Keir - couraca.blogspot.com
Segundo a descrição que a CMA faz sobre a fortaleza de
Alenquer, esta, parece ter tido um grande valor estratégico na linha defensiva
da margem direita do Tejo durante a Idade Média, sido construída no tempo em
que os muçulmanos dominavam o território.
O nosso primeiro rei, D. Afonso Henriques terá gasto
dois meses na
sua conquista, em 1148.
D. Afonso Henriques
Posteriormente o castelo recebeu melhoramentos no campo
defensivo, fortalecendo suas muralhas, não evitando contudo, de ser alvo de
cercos célebres, sem êxito, o que atesta da sua robustez.
No ano de 1199, na carta em que D. Sancho I avisa alguns
alcaides da vinda dos franceses, consta já o primeiro alcaide-mor de Alenquer,
Gomes Mendes. O Castelo de Alenquer era, nos séculos XIV e XV, um dos 15 castelos
da Estremadura e de cerca de cem, no país.
D. Sancho I
Residência real no final da Idade Média, o castelo foi
parcialmente destruído em 1385, quando D. João I subiu ao trono e o alcaide de
Alenquer havia jurado fidelidade à causa castelhana. A torre de menagem foi
destruída e parte das muralhas seguiram o mesmo caminho.
D João I
Ilustração de Nuno Freire.
No século XVI, o estado de abandono do castelo levou a
que se entulhasse a cisterna e, a partir de 1580, abraçando novamente o seu
alcaide o lado errado da História (neste caso o partido de D. António, prior do
Crato), o castelo entrou em definitiva decadência, não voltando a ser
reconstruido. Paulatinamente, passou a ser utilizado como pedreira e, no século
XIX, foi a própria Autarquia a determinar a demolição de algumas parcelas.
O que supostamente sobrou da torre de menagem.
Classificação como Imóvel de Interesse Público.
Fontes: site da CMA
couraca.blogspot.com
www.patrimoniocultural.gov.pt
Fotografias de C@rlos Baptista
(Junho de 2018)