O Castelo dos Mouros, na serra de Sintra, remonta ao período do domínio islâmico e às conquistas de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal.
O visitante actualmente beneficia de melhores condições de acesso e de um novo espaço de acolhimento e de interpretação do monumento, após um período de intervenção em todo o espaço histórico.
Recinto interior do Castelo e Silos.
Casa dos Cavaleiros, século XII.
Porta com arco em ferradura, do período islâmico.
Cisterna.
Silos.
Vestígios de casas do antigo bairro muçulmano.
Castelo dos Mouros, um local que merece sem dúvida uma visita mais
atenta, monumento que já possui um Centro de Interpretação da História do
respectivo Castelo e sua área envolvente,
onde se destaca a musealização do Campo de Investigação Arqueológica.
Ambos se encontram integrados no projecto global “À Conquista do
Castelo”.
No interior do espaço museológico foram instaladas vitrinas em aço e
vidro, desenhadas para garantir a segurança e conservação das peças.
Antiga igreja de São Pedro de
Canaferrim - Centro Interpretativo.
As origens da igreja de São Pedro de Canaferrim, localizada junto ao
Castelo dos Mouros, primeira igreja paroquial de Sintra, remontam provavelmente
ao ano de 1154, data da atribuição do Foral de Sintra pelo primeiro Rei de
Portugal, D. Afonso Henriques.
A paz alcançada na região sintrense durante a 1ª Dinastia, bem como a
ausência de distúrbios nas convulsões de 1383-1385, conduziram à definitiva
desactivação do castelo que, por sua vez, deve ter provocado, progressivamente,
o rápido abandono da igreja em causa. Neste sentido, torna-se especialmente
significativo a fundação, no século XVI, de uma nova Matriz da
freguesia de São Pedro, desta feita no sopé da Serra e mais próximo das áreas
habitadas.
Um dado em osso, uma queijeira, uma chave, uma panela, machados de
pedra polida, uma tampa de um silo, peças em cerâmica do período islâmico ou
moedas portuguesas e espanholas, são algumas das peças que poderão ser vistas e
que têm origem desde o Período Neolítico até à Idade Média.
Para além destas peças, pode encontrar-se também uma maquete do
Castelo dos Mouros e um interessante vídeo com a História do local e vários
tablets com informação multimédia interactiva detalhada sobre as peças de cada
período.
Quanto à musealização do Campo de Investigação Arqueológica, foram
implantadas duas plataformas em aço, vidro e madeira de acácia (proveniente de
limpezas florestais na Serra de Sintra), para proteger as estruturas de forno e
silos do bairro islâmico (séc. X-XII), bem como as sepulturas de ritual cristão
(séc. XII-XIV), postas a descoberto na encosta nascente do Castelo, permitindo
aos visitantes a sua observação e interpretação.
Os dados arqueológicos recolhidos nos trabalhos realizados entre 2009
e 2012 revelaram uma intensa ocupação da área do Castelo na época cristã (séc.
XII-XIV), identificada através da escavação da necrópole da Igreja, na qual se
encontraram 33 sepulturas, e ainda uma extensa ocupação muçulmana (séc. X-XII),
evidenciada por vários alicerces de habitações e silos para conservação de
cereais.
Placa em marfim com inscrições /decoração, século X, encontrada na
encosta vizinha do
Castelo dos Mouros.
Cemitério cristão medieval e silos no acesso ao Castelo.
Sepultura
cristã junto a silo islâmico.
Localizados na entrada do Castelo.
Fotografias de Rafael Baptista, Manuela Videira e de
C@rlos Baptista
(Julho de 2013 e Março de 2015)